Um tempo atrás atendi uma paciente que vivia a volta com situações constrangedoras. Quando falava com alguém que considerava superior; como um chefe, alguém mais culto, ou melhor de vida, ela simplesmente desconsertava-se toda.
De tanta insegurança, deixava-se dominar pelo medo, pelo nervosismo e pela ansiedade. O resultado foi uma sucessão de gafes e um inevitável conflito interno, em que se desvalorizava, culpava-se, criticava-se e rebaixava-se. Num diálogo interior pouco amigável, rotulava-se de inferior, sem saber que ao criar esses processos mentais, conduzia-se ao fracasso.
Pois bem, para reverter esse processo fomos rever suas crenças, histórico de vida e ela fez uso dos florais com muita eficiência para desvendar as causas de tanto desafeto por si.
Ela começou a travar uma conversa franca consigo. Reviu o que sua voz interna costumava lhe dizer e que intenção ela tinha com isso, a partir daí mudou o discurso.
Com os florais passou a se conhecer melhor e fortaleceu sua personalidade. Entendeu que para viver de forma plena e satisfatória, um ingrediente tornou-se essencial: autoestima.
Sem ela, não há serenidade nem paz de espírito que nos façam reconhecer que somos merecedores do prazer de viver.
De posse de níveis de autoestima saudáveis você interage melhor com a vida e com os outros, além de se sentir pronto para enfrentar riscos e encarar de forma positiva as oportunidades que surgem, seja um novo trabalho, um entrega afetiva ou um simples passeio. Soma de autoconfiança e auto respeito, a autoestima reflete o julgamento implícito que faz da sua capacidade em lidar com os desafios da vida e de exercer o direito de ser feliz.
A autoestima estimula a boa vontade e o otimismo, o que nos encoraja a traçar metas, conquista-las e ser feliz, ela diz respeito ao que você e só você, não os outros, sente e pensa sobre si mesmo. È uma experiência intima e a base da satisfação, paz de espírito e da satisfação pessoal.
Vamos agora ver alguns comportamentos que sinalizam baixa autoestima:
1°) A baixa autoestima pode sinalizar o medo de ser feliz. Isso provoca angústia e ansiedade, além do sentimento de autopunição que leva os desajustes orgânicos. Com baixa autoestima a pessoa se deprecia e se odeia; é evidente que muitas vezes esses sentimentos são inconscientes e sentirá em si apenas a consequência que é ficar doente frequentemente por baixar sua resistência; e quem não se ama, baixa a resistência nos sofrimentos e aos inevitáveis nãos da vida. Por conta disso, vive infeliz.
2°) Pessoas que são presas às preocupações excessivas com a aparência são os mais frágeis e inseguros e podem tornar-se narcisistas, deixando-se dominar pela cobiça, orgulho e vaidade. Essas pessoas vivem na defensiva e não confia em si, porque se sentem inferior. Daí pode desencadear um comportamento mais competitivo, encarando o restante do mundo como inimigos ou rivais.
3°) Em contrapartida há pessoas que se tornam submissas demais, do tipo que vive mendigando amor dos outros, não sabem dizer não, não impõe limites e se auto anulam.
4°) Fogem do sucesso, tem dificuldade em expor, defender e manter seus pontos de vista. Humilde, altruísta, generosa, solicita, dócil, dedicada e afetiva, não se acha merecedora de nada de bom. Essas pessoas não têm fibra porque não se apoderam de sua própria força. Acabam se sentindo vítimas.
5°) Há ainda outro tipo de pessoa com baixa autoestima que é aquela que foge do conflito, por falta de coragem ou disposição para enfrentá-lo. Por fim, afasta-se de todos, torna-se resignado, apático, desiste da vida e deixa-se dominar pelo fracasso e pela frustração, inibindo seu crescimento pessoal.
De qualquer forma, a pessoa que não cuida da sua autoestima vê se mergulhada no tédio, no vazio, na sensação de inutilidade e fica esperando que os outros ou alguma coisa que venha de fora preencha o vazio interno criado pela sua falta de amor próprio.
Seja qual for o papel que você assume, agressivo, resignado, submisso ou omisso, será eternamente insatisfeito, porque não consegue ser verdadeiro e autentico. Toda essa falta de amor próprio acaba comprometendo a capacidade de amar os outros e também permitir-se ser amado.
Para curar esse conjunto de desamparo, angustia e carência, é necessário resgatar a criança interior.
Agora, acalme-se.
Saiba que não nascemos com um recipiente completo de autoestima para usarmos pelo resto da vida. Por isso, quem ainda não atingiu este estágio pode arregaçar as mangas e cultivar esse sentimento que funciona como um atestado de vida.
Lembre-se: a autoestima não tem a ver com o que você é, tem a ver com o que você pensa a respeito de si e essas representações são passíveis de transformações uma vez que foi você mesmo que criou.
Vão aqui algumas dicas:
1°) Observe a diferença entre ser e fazer, não somos o que fazemos, somos muito mais do que isso.
2°) Resgate o seu referencial interno, procure se expressar na primeira pessoa do singular. Assumindo assim responsabilidade por você mesmo.
3°) Aceite as diferenças. Conscientize-se de que as diferenças, em vez de nos ameaçar, nos enriquecem.
4°) Diga sim e não quando considerar necessário, exercendo assim o seu direito.
5°) Quando for criticado avalie e decida o que fazer como resposta.
6°) Adote posturas práticas e positivas, reveja sua postura autocrítica.
Para dar uma forcinha nestas novas atitudes selecione algumas fórmulas Florais de Bach para colaborar nesta jornada:
Crab Aplle – aceitação do corpo e da aparência.
Larch – dimensiona o valor pessoal, ajuda você a reconhecer suas capacidades e habilidades.
Walnut – resgata a individualidade e o referencial interno evitando comparações.
Rock Water – traz abertura, flexibilidade e naturalidade, inspirando a pessoa viver a vida sem exigir demais de si e, portanto, com menos frustração.
Agrimony – convida você a ser menos omisso e ser mais honesto consigo mesmo.
Mimulus – encoraja a vencer a timidez e o medo que a pessoa tem de ser quem realmente é.
Honeysuckle – liberta de experiências constrangedoras do passado, trazendo mais prazer de viver aqui e agora.
Holly – ideal para os que se mantem na defensiva. Reduz os níveis de cobiça e competitividade usada para camuflar a própria falta de autoestima.
Centaury – ajuda a pessoa submissa e influenciável a orientar-se por seus referenciais internos. Traz firmeza e autoconfiança.
Cuidado com a autossuficiência, saiba reconhecer quando precisar de ajuda profissional. Você não é apenas uma vítima e tampouco um algoz. Você é simplesmente o criador da sua própria realidade.
Sandra Trovo